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3169E6, Era de Sombrata. Dia 18 de Fevereiro.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

- Orcs nos Céus! A Segunda Noite; Part I -


     Em torno das sete da noite (7h p.m) barulhos de um sino acordaram nossos heróis nas docas. Genesys se levanta, virando seus olhos para o oceano sem fim que banhava Lhibann. O sono deixara seu corpo assim que seus olhos se encontraram com aquela visão.
     Era um velho homem em uma pequena barcaça. Estava ferido, segurando-se em cordas enquanto tocava um sino que havia no pequeno mastro do barco. O sangue em sua camisa era visível para Genesys, ele pegou Gimb e disse para os outros ficarem lá. Gimb, tentando se aquecer com sua capa, disse que não iria entrar na água. Procurando uma solução para que Gimb não fosse "congelado", Genesys acha entre os destroços de navios das docas um barril vazio. Ele nada até lá e pega o barril e um pedaço de madeira.
     Voltando para as docas ele coloca Gimb dentro do barril e ele, com o pedaço de madeira na mão, começa a remar até a barcaça com o velho. Quase viraram o barril várias vezes, mas se não fosse por Gimb pulando de um lado para outro, eles teriam "afundado". Tiveram sorte de chegarem no barco antes que virassem. Jogando-se para dentro da barcaça veem que o homem havia sido esfaqueado no peito umas duas vezes. Gimb viu que havia uns três virotes em seu peito. Eles levam o barco para as docas e avisam seus amigos que não irão demorar muito.
   - Leve-os para o "Royal Jewel"! Lá há curandeiros que poderão cuidar dele... - disse Tobias.
   - Certo. Vamos, Gimb! Não temos tempo a perder! - falou Genesys.
   - Uhum... Cuidem das docas - pediu Gimb, correndo atrás de Genesys que tinha o homem em suas costas.
   
Assim que a corrida havia terminado chegaram na estalagem. Mark abre a porta para eles, já que Genesys errara a senha e o velho porteiro não quis abrir. Genesys pediu que Mark o mostrasse onde é que ficavam os curandeiros. Ele o instruiu e voltou a seus afazeres.
     Chegaram lá, era no segundo andar da taverna. Em um quarto especial, pintado de branco, eles esperaram que os elfos que estavam lá cuidassem dele. Os minutos pareciam horas, e não podiam ver nada por causa de uma cortina branca que havia ali. E Gimb, como não gostava de ouvir gritos nem nada disso tapou seus ouvidos.
     De repente a elfa que os havia atendido antes aparece, ela estava com as mãos ensanguentadas.
   - Vocês podem vê-lo agora. Mas acho que ele não tem muito tempo, os virotes o acertaram em pontos vitais. Eu sinto muito... - disse a elfa olhando para baixo, crendo que ele era um conhecido.
   - Obrigado... - disse Genesys um tanto afetado com a perda do homem que tentara salvar.
     Passando pelas cortinas brancas do quarto, Gimb e Genesys viram o velho homem que agora estava deitado em uma espécie de maca. Embaixo dos lençóis ele parecia estar estar apenas esperando por alguma coisa, alguma coisa que colocaria um fim em seu sofrimento. O homem nem conseguia abrir os olhos, sua respiração era algo ofegante, ele não parecia ter muito tempo mesmo.
     Demoraram para fazer o velho falar, ou sequer abrir os olhos. Ele começou a falar coisas sem sentido até que Genesys o perguntou quem era e como havia ficado ferido daquele jeito. O velho começou a dizer que não iriam acreditar, e se acreditassem iriam mata-lo. Mas, depois de um tempo de reflexões, o homem percebeu que não iria fazer muita diferença morrer por eles, por seus ferimentos ou...
   - ... pela mão do rei... - terminou o velho entre várias tossidas.
   - Do que rei? - perguntou Gimb.
   - Sim... - ele pausa um instante, respira. Então morde o próprio lábio e cospe sangue no chão.
     Gimb reconhece aquele gesto sendo um dos gestos do código pirata, que havia sido explicado por Hurricane. Este gesto seria equivalente a uma jura de dizeres verdadeiros e nada mais. Continuou o homem:
   - Sou um pirata...
   - Hum - Gimb sorriu por se sentir esperto naquele momento.
   - Não se preocupe, também sou pirata - mentiu Genesys, já que estava usando roupa de pirata. O homem, abrindo os olhos e vendo, sentiu-se mais calmo para falar.
   - ... eu e minha tripulação - tosses - estávamos prestes a atacar as docas de Lhibann quando fomos atacados...
   - Atacados? Por quem? - perguntou Genesys.
   - Navios voadores...
   - O que?! - Gimb não havia acreditado no que havia escutado, até que o homem continuou.
   - ... comandados por orcs! Um deles... - tosses. Ele vira e cospe sangue no chão - um deles me feriu com uma besta. Ele era alto e tinha uma grande espada, maior do que ele mesmo.
     O que havia sido dito para eles pareceu estranho no inicio, mas eles acreditaram. Afinal, "ele havia mordido o beiço" - pensou Gimb. Assim que o homem terminou de falar eles lançaram várias perguntas para ele. Foi uma surpresa para dois quando o velho parou de responder. O pequenino o cutucou, e para seu susto, o velho apenas caiu para o lado. A elfa entra na sala e retira os dois para cuidar do corpo. No corredor eles tem a ideia de alertar seus amigos nas docas, o pessoal na Royal Jewel e o rei de Lhibann.
Mark Heindhall
     Desceram para baixo na taverna e chamaram a atenção de todos para falar o que iria acontecer. De inicio tudo entrara em um caos. Quando Mark ouviu o que estava acontecendo foi até lá e acalmou a todos, através do medo. Ora, ele era um meio-gigante com uma baita marreta na mão, quem não o ouvisse seria estúpido. Mas, todos o ouviram. Genesys continuou explicando e decidiu com Gimb que iriam se separar. Iam deixar Mark ajeitar tudo por ali, Genesys iria avisar o rei e Gimb iria correr até as docas para contar aos seus amigos o que o velho havia dito.
     Dito e feito, a correria contra o tempo começou...

Ronny estava acordando quando Gimb chegou gritando pelo caminho até as docas. Gimb estava gritando "Navios voadores!", "Orcs"", e muitas outras coisas que de inicio não fizeram ninguém se levantar. Mas com o tempo todos foram até ele e ele pode explicar melhor para eles.
     Tobias, agora sabendo do que se tratava, decidiu que deveriam deixar as docas e ir para Royal Jewel e levar todos lá para um lugar seguro; a área nobre da cidade de Lhibann. À passos largos eles correram como o vento a tempo de chegar e organizar a tudo para que o pessoal e os trabalhadores de lá pudessem ser levados para fora. Perceberam eles, durante o processo, que Mark havia dado armas para algumas pessoas. Pessoas que iriam ficar e lutar por aquilo que construíram e demoraram para conquistar.
     Jeriod, o ferreiro, era uma dessas pessoas. Estava com uma espada longa de prata em uma mão e seu martelo na outra. Durante a organização do lugar sempre viam ele andando por aqui e por lá, resmungando sozinho alguma coisa sobre matar "muitos bastardos".

Genesys, depois de muita correria para chegar no palácio, ficou assustado ao abrir as portas do palácio e descobrir que estava tudo vazio, apenas bandeiras caídas no chão e alguns papéis voando. Ele foi andando pelo salão de pedra branca. Seus passos ecoavam no lugar, e em sua mente. Mas entre o som dos passos ele pode ouvir uma voz. Conseguiu discernir algumas palavras como: "Guerra" e "Preparo".
     Seguindo as vozes, foi parar no segundo andar do castelo em um quarto gigantesco, enorme o suficiente para caber uma legião inteira de trezentos homens. O general das tropas estava discursando para seus homens, o rei olhava pela janela, para os céus. Parecia não termais para onde ir, como se a janela fosse uma porta para o fim disso tudo. Mas Genesys sabia que ele não abandonaria seu povo, não ele. Se aproximou.
   - Estão vindo... - disse o rei.
   - Eu sei. Os orcs...
   - Como...? - perguntou o rei se tirar os olhos das nuvens no horizonte.
   - Nas docas fui informado sobre os orcs, em seus navios voadores
   - Sim, os aeroplanos - disse ele agora olhando para o Leão Vermelho, Genesys - Quero que você ajuda-me agora Genesys. Quero que envie estas tropas para a estalagem de Royal Jewel e retire todos de lá, depois que isto estiver feito o general Rondomir irá lhe dizer o resto do plano
   - Certo, majestade
     Genesys então foi até o general que o perguntou sobre as coordenadas para chegarem lá. Tendo o Leão Vermelho como guia, as tropas foram em seu caminho para lá, para salvar as pessoas que pudessem.

O caos era horrível, mas Mark e os outros conseguiram manter as pessoas em um certo estado de paz. Um chuva gélida começou, o que tornou a neve mais escorregadia e gelada do que antes. O clima não ajudava muito, apenas piorou o cenário introduzindo mais desesperança e medo.
     Sons, sons de passos se aproximavam. Por um instante eles pensaram que poderia ser Genesys, mas os passos vinham das docas. Como? Não era possível que eles teriam chegado tão rápido aqui, não. Ronny se preparou e avisou os outros. Gimb colocou um pequeno projétil com espinhos em sua tai-tai e Krusk pegou seu rifle.Mark e Löw se prepararam atrás dos portões derrubados (graças a Mark) da estalagem. Quanto a Albert e o pessoal da estalagem, todos eles ficaram lá em uma sala onde os trabalhadores prenderam Hurricane em uma sala, quando o reconheceram. Tobias, que agora se encontrava entre as pessoas da estalagem, havia permitido que o prendessem.
     Os sons param. Agora eram apenas dois pares de passos se aproximando. Poderiam ser os líderes dos orcs ou até mesmo os piratas? Afinal, o velho havia dito que eles iam atacar as docas, e agora não havia ninguém lá para defender as docas. Seja lá o que passasse por aquela porta, eles estariam preparados para eliminar a qualquer custo para proteger as pessoas ali.
     Mas o que viria a passar era algo que eles não esperavam, algo que os fez baixar as armas... Genesys e o General. Baixaram as armas e foram até ele ver o que era tudo aquilo. O General explicou que eles teriam passado pelas docas para ver se eles estavam se aproximando, e realmente estavam. Graças ao Sacerdote não eram eles. Era hora de sair dali e ir para a segurança da cidade.
     Algumas pessoas que iam ficar e lutar simplesmente largaram as armas e foram para o meio dos soldados para serem escoltados. Crianças, mulheres, homens e idosos. Vários foram e vários ficaram. Jeriod continuou entre os que iriam ficar. Desta vez Genesys olhou para Ronny com um olhar de surpresa.
Jeriod Le'Blank
   - Por que ele vai ficar? - disse Ronny.
   - Ele deve ter um motivo... Ferreiro! - respondeu Genesys.
   - O que é, Vermelho? - disse Jeriod, irritado com alguma coisa, ou tudo.
   - Por que vai ficar aqui? Não podemos desperdiçar seu potencial em uma batalha desnecessário, amigo...
   - Não irei sair daqui...
   - Por q... - Genesys fora interrompido.
   - ...até saciar a sede de sangue de meu martelo. Sabe, Vermelho... Aquele rapazinho que acabou de sair entre as portas é meu filho. E não irei deixar a morte da mãe dele passar sem vingança...
   - Entendo... - compreendeu o Leão Vermelho.
   - Acho que ele deveria ir conosco - falou Ronny.
   - Deixe o homem, Ronny... - pediu Genesys.
   - Como queira... - Ronny parecia ainda irritado quanto a descoberta de seu nome. E ao ser chamado de Ronny demonstrava raiva, as vezes dúvida, ou simplesmente não ligava. Como se fosse seu nome, parte dele. Ronny Arthut... Não sabia o que pensar, só queria pensar em lutar. Lutar para salvar as pessoas, e depois pensar nisso. Agora não era hora.
     Despedindo do grande ferreiro de Royal Jewel, nossos heróis se juntam aos soldados de Lhibann para escoltar as pessoas que queriam sair para a cidade. Durante o caminho algo os fez olhar para traz. Viram o portão da estalagem sendo fechado, e Jeriod no alto da muralha, os observando. Quase como se olhasse algo que jamais veria de novo. Genesys não quis pensar assim. Já os outros viam isso como uma atitude nobre, e outros como tolice mesmo. Continuaram e foram até a cidade.

Ao es virem no centro da cidade Genesys disse que eles deveriam tirar suas armaduras robóticas pesadas e se vestir de civis. Assim dando uma ataque surpresa para eles. Embora isso soasse um tanto errado para o General ou Tobias, eles aceitaram mesmo assim. Pois sabiam que um homem com forte vigor e resistência não precisa de equipamento. E as tropas lhibannas eram bem conhecidas por isso.
     Demorou um tempo até que todos se ajeitassem nas casas, becos, lojas e torres. Mas quando concluíram os preparos ainda tiveram um tempo de espera. Durante este tempo, nossos heróis se separaram em dois grupos. Albert e Gimb em cima da torre da capela, que ficava ao lado dos portões que levavam para a ala nobre; Ronny, Genesys, Löw, Mark, Tobias, e o General se colocaram no caminho para a antiga e famosa loja de espadas que havia na ala pobre. Quanto a Krusk ele disse que iria ficar do lado de dentro da ala nobre, preparando uma catapulta para utilizar contra os adversários. E assim se dividiram.

O pequeno Jeriod II
Jeriod estava andando em círculos, girando seu martelo. Tudo em que ele pensava era naquela noite, há quatro anos atrás.
     "Lhibann, dia 6 de junho de 3027. Era um feriado, um dia em que eu não trabalhava. Eu estava na loja de minha esposa, com uma faca e um pedaço de madeira em mãos. Meu filho, Jeriod II, estava esperando que eu terminasse de fazer seu martelinho de madeira para ele brincar. Sim, meu filho, meu herdeiro, aquele que iria passar a diante minha arte da forja. Cinco anos e já tinha interesse no trabalho do papai. He he..." - lembrava-se Jeriod.
     "Ai ai... como eu não pude ouvir?! Por que?! Idiota, idiota! Se eu tivesse ao menos terminado o maldito brinquedo mais rápido. Eu não estaria aqui hoje, nesta chuva, pronto para forjar minha morte. Não, preciso fazer isso. Preciso comprar tempo para eles se prepararem. Não deixarei que eles saiam ilesos daqui. Malditos orcs" - pensava o pobre ferreiro.
  "- Venha, filho! Seu brinquedo está pronto. O que vai forjar agora, ferreiro?
  "- Uma grande armadura!"
  "- É? E para quem? Para você? Se for assim não poderá ser muito grande ou não vai servir! Ha ha ha..."
  "- Não, papai. É para você, mamãe e eu"
  "- Como?"
  "- Vi você fazendo armaduras antes, papai. E as pessoas sempre voltavam para concerta-las. Só que quando fazia espadas, eu nunca mais via as pessoas para quem você dava elas"
  "- ..."
  "- Quero ver você e mamãe para sempre! Junto comigo!"
  "- Nossa, filho. Isso é... Isso é... Meu deus..."
     "A aldeia estava em chamas. Como não percebi?! Deixei meu garoto lá, e o tranquei na loja. Jurei que voltaria. Foi tudo muito rápido. Vi apenas pessoas correndo, gritando. Fogo, fogo para todos os lados. Aqueles orcs! Peguei meu martelo e foi atrás de minha mulher. Mas era tarde. Não poderia reparar isso. Corri apenas para vela viva por alguns segundos, antes da luz deixar os seus olhos. MALDITOS!" - Jeriod caminhava ainda em círculos. As pessoas ao redor começaram a dizer que aeroplanos estavam vindo, logo ele poderia ter sua vingança, e ver sua esposa de novo.
     "É hoje Ana. Hoje é o dia em que nós nos reencontraremos." - pensou Jeriod, olhando fixadamente para os céus.
     Eram cinco aeroplanos voando sobre a estalagem. Estavam sobrevoando em forma circular. De repente eles param e alçapões abriram abaixo deles. Apenas um, de uma material negro, que não abrira seu alçapão. Orcs desceram em cordas. A batalha havia começado.
     Jeriod precisava de no mínimo dois golpes para derrubar cado "desgraçado" (como pensava). As pessoas ao seu redor eram fortes, mas eram poucas. Poucas demais para tantos orcs. Logo eram vinte homens contra vinte orcs. Depois era nove homens para trinta orcs. Não havia chance.
     Houve um momento em que Jeriod viu-se sozinho ali, matara vários orcs com seu martelo. Haviam apenas sete em sua frente. Percebeu ele que os alçapões haviam fechado. Durante esse meio tempo nossos heróis ká havia preparado tudo e estavam à espera do adversário. Jeriod percebeu que todos os orcs ali havia parado de lutar e começaram a se afastar, formando um circulo. O portão da estalagem derrubado pelo lado de fora. Em mantos negros um ser de dois metros se aproximava. Seu braço direito estava amostra, revelando a ombreira enorme de sua armadura negra, e o cabo de uma montante em suas costas era visível acima de seu ombro esquerdo. Ele retira seu capuz, Jeriod ri da cara dele.
   - Um monstro mestiço liderando um bando de estrume? Ha ha ha... Quando vocês destruíram minha aldeia pelo menos tiveram a honra de vir na liderança de um de vocês! Ha ha ha... - Jeriod rio muito ao descobrir que o ser era um meio-orc. Mas parou de rir logo, logo, quando...
   - Ferreiro! - disse o meio-orc de dois metros.
   - Como é? - Jeriod surpreso, pega seu martelo com mais força. - Como sabe que...?
   - Você é forte em ter resistido o ataque até agora. Mas como disse, você sobrevivei contra estrume... - seus soldados o olharam, mas não puderam fazer nada. Não contra o líder.
   - Acha que eu não conseguiria reformar sua face?
     O homem corre em direção de Jeriod com toda a sua velocidade. O ferreiro, para se preparar, coloca a espada na frente em posição de defesa e segura seu martelo atrás para atacá-lo assim que segurar seu ataque. Mas não teve tempo, sua espada foi cortada ao meio e seu braço direito - o que segurava o martelo - cortado fora. Jeriod cai de joelhos no chão.
   - Vai morre lentamente, sofrendo com a perda de sangue... - o meio-orc se aproxima do ouvido de Jeriod e termina sua frase - ... como a quatro anos atrás. Lembra-se?
     Um flash passou em sua mente, quando viu sua mulher no chão morrendo lentamente. Um trovão cai no mesmo instante em que acerta o chão. O meio-orc vira-se para seus homens e grita:
   - Joguem fogo em tudo, utilizem o óleo negro nos barris para que a chuva não apague! Destruam tudo e voltem rápido para o aeroplano! A cidade de Lhibann nos esprera!

Cuidando a janela da loja para saber quando o inimigo chegasse, estava Genesys e Ronny. Que, com o tempo, perceberam que a chuva estava parando. E, ao olharem para o alto, viram fumaça subindo aos céus. Fumaça que vinha do meio da estrada, fora da cidade.
     Eles sabiam. Só havia um lugar naquela direção de onde a fumaça poderia estar vindo. Ronny olhou para trás e deu uma boa olhada em todos que estavam ali, depois olhou para a capela lá do outro lado da cidade, onde estava Gimb e Albert. Então pensou: "Ninguém mais vai morrer hoje a noite, além do adversário..." - então deu um sorriso rápido. Genesys estava pensando no que havia dito a Jeriod antes.
  "- Seu filho, é tudo que você tem? - perguntou Genesys para Jeriod enquanto andava em círculos."
  "- Sim... - disse Jeriod olhando para o céu chuvoso. Havia gotas em sua face, difícil dizer se eram gotas ou...
  "- Prometo que se alguma coisa acontecer com você, eu irei tomar cuidado dele - disse Genesys."
  "- ... - Jeriod olha para Genesys. - Não irei baixar meus preços por causa dessa promessa - embora tenha dito isso, Genesys conseguiu ver um leve sorriso, o que o conformou."

     Genesys sabia que aquela criança, que estava no palácio com o resto do povo, tinha muito mais pela frente. E ele teria de protege-la. Ronny só conseguia pensar em seus adversários, e como queria faze-los sofrer pelo que fizeram. Löw olhava para seu escudo, vendo o reflexo da janela através dele. Gimb preparava armadilhas nas escadas da torre, para que ele e Albert ficassem a salvo. Krusk, que havia mentido para seus amigos, não estava preparando catapulta alguma, apenas observava aquele crânio negro que havia conseguido, dentro da muralha. E Albert, estava rezando para Wynna, pedindo o perdão dos pecados de seus amigos e força para que a cidade pudesse sobreviver por mais vários séculos.
   
Veremos se rezas adiantaram...
Em tempos negros como estes...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

- Malditos Piratas! A Primeira Noite -

     O descanso havia acabado quando a taverneira, a pedido de Gimb antes do cochilo, veio acorda-los à noite. Comeram alguma coisa bem rápido, jogaram uma água no rosto para acordar e saíram em direção do castelo. Era uma noite muito fria, a mais fria que já haviam visto em Lhibann. Se sentiram em Helsterr. Apenas Ronny não reclamava daquele frio, não sentia frio como os outros. Mas, como não tinha como sentir essa diferença entre eles, ficou quieto. Ainda considerando ser uma noite fria.
     Durante o caminho viram pessoas conversando sobre a possibilidade de nevar com tanto frio. Lhibann sendo um continente central, nunca teve neve. No entanto aquele inverno realmente prometia ser o mais frio que Lhibann já havia visto. O vento uivava como um lobo faminto olhando para a grande lua que se destacava entre as estrelas daquela noite.
     E falando em beleza, quando chegaram no palácio viram ele em seu auge. Bandeiras em todos os pilares, nobres bem vestidos para todos os lados com o melhor vinho em mãos. Mesas com delicioso banquete sobre elas e os guardas felizes enquanto trabalhavam. Viram o rei conversando com a moça que tocava lira para ele. Se aproximaram, e Gimb resolveu ser o primeiro a abrir a boca:
   - Olá, rei.
   - Olá, meus caros amigos! Só um instante - disse ele largando sua taça de vinho. - Escutem todos! Estes são os homens que nos devolveram os impostos!
     Uma salva de palmas estrondosa seguida de vários gritos de alegrias foram o que preencheram o salão da corte naquele momento. Gimb, para se mostrar, jogou para cima um pedaço de pau que pegara no caminho para o palácio. Jogou para cima, e fez várias posses. Só que quando tentou pegar, acabou por deixar cair em sua cabeça. Alguns riram, outros apenas continuaram aplaudindo como se fosse o que ele queria fazer.
   - O que é tudo isso? - perguntou Gimb apontando para tudo aquilo. As pessoas, as coisas, a festa, etc.
   - Meus amigos, graças ao dinheiro dos impostos nós conseguimos pagar os homens do norte para não nos atacarem. A cidade esta a salvo por mais uma semana, graças a vocês.
   - Hum... - disse Gimb coçando a cabeça.
   - Majestade, e quanto os piratas que mencionara? - perguntou Genesys.
   - Sim. - concordou Ronny pegando a perna de um coelho assado e "atacando-a" . - Você falou que queria falar conosco...
   - Sim, sim, mas... - aproximou-se o rei, e começou a cochichar - Vamos falar sobre isso em um lugar mais, vazio
     Todos fizeram que sim e acompanharam o rei até a biblioteca do palácio. Lá era escuro, as cortinas negras deixavam as luzes das tochas bem mais amedrontantes. Mas a presença dos guardas até que dava uma certa calma, como se aquilo fosse a prova de que não haveria alguma armadilha. Afinal, o rei provou ser confiável até agora.
     Lá o rei explicou com cuidado cada detalhe das informações que possuía sobre Os Piratas do Luar. Falou sobre o líder deles e sobre sua vinda de Shimmbly. Explicou que o que ele estava pedindo era que pudessem guardar as docas até a vinda das tropas de Lhibann que voltariam de Vivec, já que a guerra lá acabou.
     Nossos heróis aceitaram. E nem precisaram pedir pela recompensa, pois o rei disse que iria lhes dar em torno de 1800 moedas pelo líder, que era o que ele queria. Genesys deixou bem claro que iria tentar trazer o líder para um julgamento sem precisar derramar o sangue de ninguém. O rei, compreendendo o desejo de Genesys em fazer isso sem a morte de ninguém, relembra-o de que não há necessidade do líder estar vivo.
     Antes que pudessem se retirar da biblioteca, o rei os avisa de que estará mandando um homem para acompanha-los, já que prometera que cada cabeça dos piratas valeriam 20 moedas, e precisaria de alguém para fazer esta conta, e os ajuda-los. É claro.
     Saindo de trás de alguns livros veio Tobis, o coronel que haviam salvado antes na toca de Kurupak. Ele saúda a todos e os instrui quanto a pousada nas docas. Então saem de lá sem mais demoras. Gimb pega encontra seu cão no centro do palácio e sai de la montado nele. Tobis os leva até as docas em uma carruagem e durante o caminho os instrui ainda mais sobre suas obrigações e sobre os piratas. Atacavam sempre a noite e sempre com a mesma bandeira. Não poderiam deixar que tomassem as docas ou iriam invadir a cidade.

Chegando lá viram que as docas eram simples. Uma construção com uma pequena torre e duas áreas para navios atracarem e desembarcarem. Deixam a carruagem ao lado da pequena torre e adentram na construção. Haviam apenas duas pessoas ali dentro, ambas utilizando capas feitas de pelo de algum animal. Estava realmente frio naquele dia, o que prometia uma noite ainda mais gélida. Principalmente para aqueles que ficariam perto do mar.
     Dos dois homens um estava cuidando o mar pela janela. Era um alto homem de armadura branca como a neve que caía. Longos cabelos brancos como a prata, e estranhos olhos de uma cor clara incompreendível. Era difícil dizer se era azul ou até mesmo branco. O outro era um dos guardas de Lhibann que estava cuidando do lugar. Assim que os nossos heróis entram o homem de cabelos brancos olha para eles no mesmo instante. Os olhava como um leão para sua caça, mas não demonstrava estar com raiva ou medo, permaneceu calmo até que Tobias o dirigiu a palavra.
   - Você terá que sair daqui Dhorian!
   - Como é? - disse ele em um tom calmo.
   - Isso que ouviu! O rei ordenou sua retirada deste posto, que agora é nosso
   - É mesmo? E pretende guardar as docas com apenas seis vidas? - disse Dhorian olhando todos analiticamente.
   - Acha que não somos capazes? - disse Ronny.
   - Vejo que não são suficientes... - respondeu Dhorian ainda em um tom calmo.
   - Pois saiba que conseguiremos! - pronunciou-se Tobias.
   - Que seja... Amanhã eu voltarei para retomar as docas dos piratas
     Dando as costas para todos o homem passa por eles e sai da casa. Com um assubiu ele chama a todas as suas tropas e se retira dali em uma segunda carruagem que estava atrás das docas. Assim que ele desaparece da visão de todos, Tobias explica mais sobre os piratas e sobre seus ataques.
     Se prepararam e ficaram esperando até a noite cair para colocar sua tática em jogo.

Duas horas de espera se passaram. Tobias estava deitado sobre uma mesa que ficava de frente para a janela onde Dhorian se encontrava antes. Os outros se encontravam atirados pelos cantos do recinto. Até que Tobias se levanta bruscamente e vai até a janela.
   - São eles... - anunciou Tobias.
     Colocaram seu plano em ativa. Gimb e Krusk subiram rapidamente as escadas para a torre. Tobias levou Genesys, Ronny, Löw e Albert para o primeiro atracadouro. Lá se esconderam atrás de barris e caixas que haviam sido deixados ali.
     Era uma noite de névoa, e nem Krusk ou o pequeno halfling puderam ver alguma coisa lá de cima com tanta névoa. Quanto aos outros eles ficaram agachados, esperando que se aproximassem para entrar dentro do navio. Como não haveria ninguém nas docas, eles iriam simplesmente atracar e invadir, assim eles poderiam entrar nos barcos e limparem as praias com suas próprias embarcações. Mas eles não contavam com a névoa.
     A névoa só atrapalhava, pois eles precisariam ver que não havia ninguém. Então esperavam que eles não abrissem fogo. Infelizmente, foi o que aconteceu. Tobias, que estava sempre alerta, ouviu um estouro e um clarão vindo da névoa. Ele então fala baixinho que eram canhões e que deveriam ter cuidado.
   - Não se preocupe, com a névoa eles não irão nos acertar - disse Ronny.
     Mas não foi bem assim. Dos três primeiros disparos um foi na direção do Anão, que defendendo foi parar lá do outro lado da praia. Quanto ao segundo, ele disparou diretamente na torre. Krusk pulou em desespero para não virar pudim de goblin. E Gimb, em medo, acabou por se teleportar para o segundo andar da torre.
     A terceira bala acertou o mar. Mas a segunda foi capaz de destruir o terceiro andar da torre inteiro. Não eram balas comuns. Löw ficou atordoado na neve, e Krusk havia formado um buraco em forma de goblin na neve. O pessoal decidiu que deveriam sair dali. Quando outros tiros vieram se jogaram na água gélida, e nadaram para a praia. Quanto a Tobias, que não podia nadar por causa de seus braços de metal, ele correu pelo atracadouro até chegar na praia e se atirou estendido no chão.
     Destes próximos disparos o primeiro atracadouro fora destruído completamente e o segundo andar também. Ainda bem que Gimb fora rápido o suficiente para sair de lá antes que virasse parte das ruínas. O pessoal se reencontrou nas agora conhecidas como ruínas das docas. Se esconderam dentro de la e lá ficaram. Menos Krusk e Löw que foram para o segundo atracadouro quando viram que o navio havia parado de atacar e estava chegando perto.
     Deixando o esconderijo, Ronny foi ver Tobias. Genesys se colocara na tarefa de cuidar de Albert que estava muito resfriado. Voltando rápido para o esconderijo, Ronny diz a Genesys que Tobias está se fazendo de morto para enganar os que descerem na praia. Gimb, que acompanhara Krusk e Löw antes, viu que havia alguém no cesto do mastro, cuidando a praia. Ele decidiu usar seu teleporte, e assim o vez.
     Apareceu atrás do homem e o derrubou. Quando ouviu o som de um homem caindo, ficou parado e quieto para ninguém o ouvir. O navio continuou mesmo assim e atracou. Löw e Krusk se fingiram de mortos também ali caídos para que ninguém que viesse a sair os matasse. Ronny, de longe, viu que muitos piratas desembarcaram - em torno de vinte. E outras três pessoas saíram do navio, olharam para os "corpos" de Krusk e Löw, e voltaram para o navio.
     Ronny veste sua capa e sai dos escombros dando a volta nos piratas que vinham. Todos estavam vindo na direção dos escombros, não poderiam tomar conta de todos eles. Ainda mais que estavam usando garruchas e sabres afiadíssimos. Com toda a sua força, jogou uma pedra dos escombros para o outro lado da praia. Fazendo com que se separassem. Agora eram apenas três vindo para os escombros.
     Ele continuou seu caminho e deu de frente com eles. Para os piratas ele era apenas um mendigo ou algo assim, iam atirar nele. Só que antes que pudessem terminar com a vida dele, ele terminou com a vida de um deles e griotu:
   - Vão logo! Para o navio!
   - Vamos Albert, você consegue...
     Levando Albert no ombro, Genesys conseguiu chegar no outro lado da praia e chegar no segundo atracadouro. Lá de cima, Gimb viu que Ronny estava em desvantagem, eram dois homens armados com armas de fogo contra um único homem e sua solitária espada.
     Pegou suas pedras mais pesadas e colocou em seu tai-tai - uma pequena catapulta em seu braço que sempre carrega consigo. Disparou em um deles com tanta força que recocheteou no segundo, matando os dois com ferimentos gravíssimos na cabeça. Por agora Ronny estava bem, mas bastou perceber que seu grito de avisou havia chamado os outros piratas que se dividiram para ver que estava em perigo. Foi neste instante que Tobias se levantou da neve e começou a aniquila-los com seus braços de metal.
     Gimb ficou lá em cima atirando em quem ele pudesse e Ronny se juntou à Tobias. Genesys chegou no segundo atracadouro e chacoalhou a Krusk e Löw. Löw disse que ia ajudar Ronny, Genesys fez que sim se atirando para dentro da entrada de canhões do navio com Albert em um braço e Krusk no outro. Lá dentro colocou os dois no chão e se deram de cara com o resto da tripulação. Que era muito bem armada por sinal. Krusk pegou seu rifle e Genesys sua espada, e começaram a ataca-los. Albert estava febril de mais para invocar sua magia, e seus pergaminhos haviam acabado. Demoraria demais para que ele fizesse outro para ajudar. Então pegou Krusk e o pediu para ajudar a girar um canhão. O goblinóide atirou e o ajudou, Albert então disparou contra os piratas. Krusk pegou seu rifle e continuou a atacar.
     Assim que Löw chegou na praia Ronny e Tobias já havia terminado com tudo. Foi quando voltaram para o navio e Gimb descera do cesto. Todos eles foram para dentro do navio, onde encontraram seus amigos em batalha e os ajudaram a limpar aquela área do navio.

Horas de batalha, Albert ainda estava se sentindo mau. Mas pelo menos todos os piratas estavam mortos. Genesys então diz que ele devem procurar pelos três capitães que Tobias havia falado. Foram em frente deixando Krusk, Löw e Gimb na sala dos canhões já que haviam visto que outros navios se aproximavam.
     Durante a procura decidiram ir até o quarto do capitão. Ao chegarem na porta viram que ela era marcada com um "J". Não deram muita bola para isso e continuaram em frente. Lá encontraram os três capitães piratas dos quatro que lideram os Piratas do Luar. Se apresentaram como Joe, o Pistoleiro do Luar; Jill, a Guarda dos Mil Cortes e Jack, O Espadachim da Lua. Era grandes oponentes, tanto em poder quando estatura. Jack era um robusto e forte homem com um sabre enorme que se fosse um pouco maior poderia ser considerado uma claymore para um homem de tamanho normal. E Joe era um homem muito gordo, mas parecia ser ágil com uma garrucha. E Jill era esta pequena mulher com um gigantesco escudo das costas e duas lâminas pequenas nas mãos.
     Falaram em um combate honrado. Sobre códigos piratas e de que iriam fazer um duelo entre trios. Genesys olhou para Ronny e disse que queria ele no campo de batalha, olharam para Albert ferido ali e decidiram chamar Tobias.
   - Certo, já escolhemos nosso trio. Mas nos dê tempo para nos prepararmos para a batalha. Vocês também tem este direito - falou Genesys.
Jill, A Guarda dos Mil Cortes
   - Sabemos disso... - falou Jill pegando um líquido estranho verde e colocando em suas lâminas.
     Alguns minutos se passaram. Fora o tempo necessário para Albert fazer um pergaminho de cura para entregar à Ronny. Jack então explicou que assim que a batalha começasse o "doentinho" - como havia se referido ao Albert - não poderia mais ajudar.
   - ... será apenas nós três contra vocês três!
   - Não quebraremos a honra deste duelo - afirmou Genesys.
   - Pode apostar nisso... - disse Ronny que, assim como Genesys, estava ajoelhado no chão preparando primeiro golpe com toda a sua força.
     Jack jogou uma moeda para Albert e disse que ele deveria jogar a moeda e que assim que ela caísse o duelo iria começar. O curandeiro assim o fez, e quando a moeda tocou sua mão novamente, Ronny e Genesys se jogaram em Joe, o matando quase que instantaneamente. Jill, furiosa, preparasse para a batalha. Jack se joga na batalha sem preocupações, pois ele tinha Jill como sua defensora. Assim como eles tinham Tobias com seus braços de ferro para defender a eles.
     Durante a batalha, Tobias fora ferido de maneira quase letal, caindo para trás e deixando seus amigos para trás. Ronny, achando que ele estava morto, jogou-se contra Jack - o que teria o matado - com sua invisibilidade. Jack, sem saber onde defender, nem mesmo Jill, é quase morto. Jill, em pânico, joga um frasco no chão que retira todos os encantamentos que Albert havia colocado sobre eles, e deixando Ronny visível. Jack então derruba Genesys com cinco golpes. Ronny levanta sua espada até o alto e mata Jack por ter ferido Genesys, e então o cura com o pergaminho de Albert. Jill, em um frenesi pela morte de seus dois maiores amigos, usa seu medalhão de prata e se torna invisível, quase matando a Ronny. Genesys, vendo Ronny no chão, utiliza sua habilidade de invisibilidade para tornar as coisas mais "justas".
     Genesys se tornou invisível também, mas ele tinha uma vantagem. O sangue de Ronny havia espirrado nela, tornando ela "visível". Quando Genesys localizou aquelas gotas de sangue voadoras, ele a matou com seis golpes pelas costas. Eles haviam ganhado, ou não.
     Com o fim do duelo Albert, que já havia preparado vários pergaminhos, cura Tobias e Ronny. Eles estavam bem agora, mas o fato de todos eles terem caído uma vez nesta batalha os deixou sentidos. Era necessário terminar com isto logo. Tiveram uma ideia e logo colocaram em ação.

Gimb, Krusk e Löw haviam ido para o convés, já que não tinha muito o que fazer lá embaixo. De repente a porta do quarto do capitão abre, e Gimb vê um pirata saindo de lá. Logo dispara uma pedra rapidamente. O pirata agarra a pedra com a mão. Ele era ruivo e usava um chapéu extravagante, Gimb achou que poderia ser o pirata ruivo de quem Tobias havia falado. Teve a sorte de ver que não era.
     Na verdade era Genesys usando as roupas um tanto largas de Jack. Depois veio Ronny usando as roupas de Joe. E Albert simplesmente veio atrás, usando sua roupa de sempre. Eles então explicaram sua tática de ataque que Tobias adaptou. Se esconderam e preparam armadilhas ao redor do convés. Era só esperar agora.

Vindo entre as névoas estava um pirata ruivo no cesto de um alto mastro. Estava olhando através de sua luneta. Viu seu navio voltando das docas e vindo em sua direção. Mandou que o outro navio que o acompanhava formar uma parede com o seu. Antes que Genesys (que estava pilotando o outro navio fantasiado de pirata) pudesse virar o navio para atacar os outros dois, o ruivo o mandou parar. E assim o fez.
   - Por que esta voltando, "marujo"? - gritou o capitão ruivo.
   - Fomos vencidos na praia, senhor! - disse Genesys com uma voz um tanto "piratesca".
   - Pensei ter dito que não aceitaria que ninguém fugisse... - replicou o homem ruivo.
   - Me desculpe, senhor. Mas perdemos todos os homens! Há um conflito acontecendo no interior do navio, preciso de ajuda!
   - Ahm...
     Nest instante vários piratas com rifles e garruchas apareceram em ambos os navios que estava com seus canhos virados para Genesys. O ruivo então diz:
   - Deixe-me cuidar da revolta para você... Homens! Abrir fogo!
     Genesys se joga para o chão. Nenhum bala o acerta, mas o navio sofreu com as balas de canhão que estava mirando neles. Ronny percebera que o plano havia dado errado e avisou a todos. Tobias pediu que se acalmasse e se preparasse nos canhões.
   - Quando virem algum outro navio que não seja nosso, atirem!
     O Leão Vermelho então decide jogar o navio pirata que estava dirigindo contra os dois navios. O ruivo ao perceber tal manobra, se joga do alto do cesto pegando em uma corda, toma control do timão e prepara o navio para uma manobra evasiva para fugir. Infelizmente, seu outro navio não fora tão ágil.
     Seguido de estrondos, o pessoal na sala dos canhões viu que estavam mirando dentro de um navio inimigo, e abriram fogo. Com sorte, os dois navios não afundaram, apenas o do adversário. Mas "havia um outro navio para fundar" - pensou Genesys. O navio do pirata ruivo.
     Foram os seguindo pacificamente até que ele mostrou ter canhões traseiros. Genesys mandou atirarem com os canhões dianteiros, mas eles não existiam. Foi quando Tobias ouviu o grito de Genesys sobre "canhões dianteiros!" que ele pegou um canhão com seus braços de ferro e mandou Ronny pegar outro canhão para levar para cima e criar canhões dianteiros.
     A fuga não durou muito, pois enquanto tudo isto acontecia, o pequeno Gimb havia se teleportado para dentro do navio inimigo e fora até a área do arsenal e a incendiou juntou a vários barris de pólvora. Gimb então voltara para a sala de canhões do navio amigo. Seus pés estavam encharcados. Droga! O navio estava afundando! Mas dane-se, a batalha estava ganha. Chamou a todos os outros que estavam tirando a água daquela sala e foram para o convés. Lá ele pediu para que todos olhassem para o navio inimigo.
     O ruivo, quando olhou para trás e viu que todos estavam olhando para ele sem fazer nada, sentiu que algo estava errado. Colocou seu chapéu e lançou um sorriso. Foi neste momento que todos foram surpreendidos por um enorme "BOOM!". Pedaços de madeira estavam voando para todos os lados. Todos soltaram um grito de felicidade. Mas em meio aos gritos Genesys perguntou o que Albert - agora curado graças a uma poção que Ronny havia lhe dado - por que ele estava com dois baldes na mão. Foi quando todos descobriram que o navio estava afundando. Viraram o timão e rezaram para voltar para a praia antes que ele se afundasse.

Chegaram até a praia com o navio afundando, e desceram dele. Em poucos segundos ele afundou completamente, mostrando apenas o pequeno cesto do mastro a mostra na frente das docas. Foram para os escombros das docas e ascenderam uma fogueira. Comeram, deram boas gargalhadas e foram dormir.
     No dia seguinte são acordados por barulhos de cavalos e carruagens. Genesys se levanta junto a Tobias e, não dando muita bola para o fato de que sua carruagem havia desaparecido, concentraram todo o foco que tinham em Dhorian. O cavaleiro de cabelos brancos voltara com tropas Lhibanas para ver se eles haviam sobrevivido a primeira noite antes que os exércitos do rei voltassem.
   - Olá, Coronel Tobias...
   - Idvith...
   - Acredito que não conseguira proteger as docas, não é?
   - Ora, minha missão era impedir que piratas entrasse na cidade matando, roubando, estuprando e fazendo o que bem quisessem. Viu algum pirata no caminho para cá?
   - Não. Mas acredite que sua majestade não ficará feliz em saber que as docas da cidade foram destruídas
   - Para o inferno com o rei! Eu fiz o que ele me pediu, e seu que serei recompensado pelo meu bom trabalho e pela sua falta de competência...
   - Não deixei meu posto por falta de competência, Tobias...
   - Medo?
   - Ha... meus motivos são meus, e meus apenas. Creio que irei informar a sua majestade sobre seu sucesso.
   - Isso mesmo!
     Dando as costas ele entra em sua carruagem. Ronny, que antes havia levantado e parado ao lado de Tobias para ouvir a conversa, fala no ouvido de Genesys que irá dar uma olhada quanto a este homem. E com um bocejo, torna-se invisível e sobe na carruagem que começa sua jornada de volta ao castelo.
     Quando Tobias se dá conta de que Ronny não estava mais ali, ele pergunta para Genesys onde o rapaz estava. Genesys simplesmente aponta para o caminho que Ronny tomara. O velho coronel olha para baixo e vê as marcas de pegadas na neve indo para a carruagem.
   - Seu estúpido! - disse Tobias correndo em direção da carruagem.
   - Espere! - Genesys segura Tobias, quase sendo levado junto.
     Ele pergunta o motivo de tal afobação. Tobias então explica:
   - Lord Dhorian Idvith. Ele é um homem muito perigoso. Deixar seu amigo ir foi tolíce!
   - Entendo. Irei acordar os outros para continuarmos em frente

Ronny estava se segurando na parte de fora da carruagem, observando as tropas que guardavam a carruagem de Dhorian. Achou estranho que elas estavam na frente, e não atrás. Pois assim qualquer um poderia subir nela.
     Para sua surpresa sentiu um puxão. E quando abriu os olhos novamente se viu dentro da carruagem sentando na frente de Dhorian, o cavaleiro de cabelos brancos de antes. Ele estava usando um tipo de manopla, de luva, que reluzia muito. Parecia ser encantada. E agora, sem sua capa, percebeu que ele tinha um talismã em seu pescoço. Ele então lança um olhar penetrante em Ronny.
   - Por que me segue, Arthur? - pergunta o homem de cabelos brancos.
   - Do que foi... que você me chamou? - Ronny, que antes estava sonolento, agora se via em um estado de pânico e espanto.
   - Arthur...
     Ronny havia perdido sua memória, e nunca havia se lembrado de nada, até agora. No instante que aquele homem disse aquilo, Ronny pode ouvir o som de um bebe chorando. Se viu em uma lembrança (um flashback). Viu uma mulher ao redor de muita neve segurando um bebe chorão. Depois viu um garoto muito parecido com ele correndo em um campo na encosta de uma montanha gélida, junto a um outro garoto que ele chamava de irmão. Fora na ultima visão que teve que se viu em mantos negros em um barco que atracava em Nostradamuz' Island.
   - ... é seu nome, não? - continuou  Dhorian
   - Como... como pode saber disso?
   - Vejo seu nome, sua idade e muito mais... - diz o estranho homem olhando para ele. Ele então puxa sua pálpebra inferior, revelando que o interior de seu olho não era vermelho (normal). E sim, roxo. - Em minhas viagens e experiências, ganhei certas habilidades que nenhum outro homem possui
   - Você... pode ver mais?
   - Posso...

Durante o caminho para encontrar seu amigo, Genesys se aproxima de Tobias e pergunta o que aquele homem tinha de mais que eles deveriam se preocupar.
   - Ele é um homem estranho. Estuda as artes mágicas e ciências ocultas. Foi convocado a trabalhar em vários lugares. E estes vários lugares hoje o temem por sua influência sobre elas. Passou por Elthor, Nostradamuz' Island, Daggerfall e Amahdog. Ele... - de repente Tobias para de andar e olha para trás.
     Tobias percebe que Genesys havia parado, com Löw e Gimb na mão. Tobias, que segurava Albert e Krusk perguntou:
   - O que foi?
   - Dagger... fall? - disse Genesys perplexo.
   - Sim... o que tem... - Tobias é agarrado por Genesys. Que agora se via carregando a todos em suas costas.
     Daggerfall fora aonde Genesys havia sido modificado. Seu passado estava em Daggerfall, e talvez uma forma de descobrir o motivo de terem feito o que fizeram com ele. Com uma pressa tremenda, O Leão Vermelho corria atrás daquela carruagem, e seu dono.

   - Me dê sua mão, Arthur
   - Certo... - sem sequer questionar, ele entrega sua mão para ele.
     Sem tirar os olhos de Ronny, Dhorian tocava sua mão como se estivesse lendo algo sem ver.
   - Posso ver muito sobre você. E vejo que você nada sabe... Posso clarear sua mente, se desejar...
   - Pode mesmo?
     O homem então para com sua concentração e olha para trás. Não podia ver nada, mas mesmo assim ele age como se tivesse sido descoberto. Ele, que havia tirado suas livas para mostrar seus anéis - e que era pálido como um morto - coloca sua manopla novamente e se despede de Arthur.
   - Não, espere!
     Ele é transformado em etéreo e cai no chão. Voltando a ser material novamente. Assim que olha para frente ele dá de cara com o pé de Genesys. Todos eles embolotam no chão e caem na neve.

Voltando para as docas, embora Tobias o questionasse, Arthur não dizia mais nada. Sentia-se estranho, desconhecido, e conhecido ao mesmo tempo. Era como se uma parte de sua vida que havia sido roubada tivesse sido entregue para ele. Não havia absorvido tudo ainda, fora tão rápido.
     Durante o caminho Genesys teve a ideia de passar nas lojas do mercado da cidade e pergunta quem gostaria de lhe dar algum dinheiro para comprar alguma coisas. Seus amigos lhe dão o que não queriam mais para vender e mais o dinheiro para novo equipamento. E então o Leão saiu em sua pequena jornada.

Voltando para as docas, encontraram um homem em mantos negros dando comida para Sansão, que até agora havia fugido da batalha. Sansão parecia gostar do homem e começou a brincar com ele depois da comida. Gimb se aproxima e pergunta quem "diabos" era ele.
     O homem, sem mostrar a face, vira rapidamente as costas para eles e disse que só queria se aquecer ao fogo. Disse que iria embora o mais rápido possível e começou a andar. Então Arthur, esquecendo por um momento do que havia acontecido com ele, dá mais importância a isso e pede para alguém segurá-lo rapidamente. Tobias, com seus braços de metal, o agarra com força. O homem solta um grito.
     Tobias morde o capuz e puxa para trás. Não acreditaram no que viram em sua frente. Era o pirata ruivo. O espancaram e o interrogaram até não poder mais. Chegou um momento que ele disse que não queria ser morto. Ele morde seu beiço e cospe sangue dizendo que prometia.
   - Como podemos saber que não está mentindo? - falou Arthur com raiva.
   - Você não conhece os piratas! Morder o lábio é um sinal de jura irrevogável!
   - Não sou pirata! - disse Tobias - Então não levarei esta "mordidinha" em consideração. Mordestes o lábio para nada. Agora deixa ai! - disse ele jogando ele no chão e prendendo ele com grilhões que tinha em sua mochila.
   - Veja! Veja! Não estou mentindo. Revelarei agora meu aliado em potencial que poderia me livrar, mas não irá por causa de minha jura - o homem ruivo, que antes revelara que seu nome era Hurricane, assubia fazendo com que um macaco aparecesse debaixo da neve. Ele pula em seu dono e se senta.
   - Viu? - disse Hurricane. O macaco parecia imitar os sons que ele fazia. Mas não dizia nenhuma palavra, apenas sons.
   - Segure o macaco, Gimb - disse Arthur.
     Tobias pega o macaco e joga para Gimb, que o pega pelo pescoço. Eles iriam apenas esperar por Genesys e ver o que iriam fazer com o pirata. Mata-lo ou envia-lo para o rei - que seria morte por forca ou um julgamento.

Genesys para na Roya Jewel e pede para Jeriod, o ferreiro, "arrumar" e melhorar as armas de seus amigos. Jeriod, como sempre ranzinza, pega as armas rudemente e começa a ditar seus defeitos. Genesys disse que era para arrumar os defeitos e melhora-las que estaria de volta em quinze minutos.
     Fora até cidade e procurara por uma loja de armamentos e armaduras. Parou em uma loja de armaduras no mercado nobre. O rapaz era mudo, mas lhe vendeu e trocou algumas coisas. Depois fora para uma joga de armas bem conhecida. Adentrou nela e se deparou com a mais bela vendedora que já havia visto em sua vida.
     Graças a sua fama não fora tão difícil corteja-la. Bastou algumas palavras calorosas para que ela fechasse a loja e se deitasse com ele ali mesmo, no meio da loja. Ignorando as pessoas que as vezes batiam na porta, Genesys aproveitou muito o momento. A muito que não sentia o calor de uma mulher. Depois de alguns minutos, levantou-se e se vestiu. Ela queria lhe dar alguma coisa, mas Genesys disse que não era necessário e que iria pagá-la sem baixar preço algum. Comprou o que tinha que comprar o voltou para o Royal Jewel com um grande sorriso no rosto.
     Pegou suas coisas com Jeriod, e voltou para as docas com seus amigos. Lá viu que haviam capturado Hurricane, o Pirata Ruivo do Luar. Mas, não dando muita bola, entregou os equipamentos para seus amigos, comeu alguma coisa e foi tirar uma soneca. Estava cansado de tanta luta, correria e "diversão".

Eram 4h:21m p.m.
E eles ainda tinham um outro dia inteiro pela frente...

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

- Aquele de Olhos Vermelhos -

     Era quase meio dia. Nossos heróis encontravam-se na taverna da "Royal Jewel". Conversavam e riam, discutiam sobre o que havia acontecido e que deviam continuar a busca deles pela carruagem dos impostos para o rei. Atrapalhando a tudo, Gimb chega à mesa subindo em uma cadeira. Então Löw, o anão, diz naquele momento que queria pedir a bebida mais forte para beber.
     Krusk, ao ouvir os dizeres do pequenino, decide que gostaria da cerveja mais forte. Para não se sentir diferenciado, Genesis pede um pouco de hidromel. Ronny olha para todos e diz que poderia se contentar com um copo d'água.
     Para mostrar seu agradecimento por tudo que já haviam feito, Albert decide pagar parte das bebidas e traze-las à mesa. Mas, antes que pudesse ir até o balcão, Gimb o chama e diz que ele deveria utilizar do nome de Genesis para conseguir alguns barris para a viajem.
      Mais tarde Albert, com a ajuda de Ronny, traz quatro barris e os coloca em cima da mesa. Muitas pessoas ao redor da taverna ficaram os observando. Não deram bola e abriram os barris. Albert explicou que a cerveja de Krusk era uma cerveja chamada Okron, que era uma bebida de Fheria criada pelos orcs. Ignorando os dizeres, pega um canecão e o enche no barril. Gimb então escuta à Albert dizendo que aquela, pelo o que a taverneira havia explicado, era uma bebida chamada Mephistopheles. Disse que ele sentira como uma lâmina o cortando a garganta, já que era a bebida mais forte conhecida em Wayland. Gimb, ao ouvir a descrição de tal bebida agarra um canecão de uma mesa vazia e o afunda no barril com um sorriso em seu rosto.
     Quanto a Genesis, ele decide não tomar nada, e diz que só havia pedido para não deixar seus amigos na mão. Albert então pega um pouco de hidromel para si e Ronny pega seu copo d´água. Todos levantam seus copos e canecas e desejam saúde. Ao virar as bebidas goela a baixo Genesis e Ronny ouviram barulhos estranhos, e assim que voltaram sua atenção para a mesa perceberam que Krusk, Gimb e Albert havia caído com a cabeça na mesa. Estavam desmaiados.
   - Há! Eu disse que era uma bebida forte de mais para estômagos fracos! - falou o anão terminando sua bebida.
     Passado o tempo necessário para levantarem-se, Gimb percebeu que havia homens em um outra mesa rindo deles. Estufando o peito, e com uma caneca de Mephistopheles na mão, ele vai até eles e pula em cima da mesa. Mas acabou caindo e derrubando tudo. Os homens disseram que não tinha problema, afinal "era como um halfling causar tanto problema para a comunidade."
     O halfling não suportou ouvir aquelas risadinhas, então lançou um olhar para seus amigos. Um olhar do tipo "vamos fazer alguma coisa". Assim que eles retribuíram o olhar, chegaram perto dele e começaram a defende-lo. Ronny permaneceu imóvel na mesa, quase dormindo. Estava cansado e não queria se meter em encrencas logo no inicio de sua manhã.

Depois de tanta discussão, eles se levantaram com suas armas em mãos. Fora uma batalha um tanto rápida, dado o fato que assim que o líder deles - pelo menos o que aparentava ser o líder - tinha morrido, um fugiu e o outro aceitou a derrota.
     Krusk havia disparado uma bala envenenada contra o que havia fugido, e por isso sabia que não tinha muito o que fazer. Genesis pergunta quem eram e o que estavam fazendo ali. Ele explica que eles eram mercenários do rei, enviados para atacar a aldeia dos exilados. Neste instante Krusk pensou (e disse) que o rei não parecia confiar nas habilidades deles. Mas deixaram este pensamento de lado e perguntaram se ele poderia dar-lhes uma ajuda para chegar até lá. O homem, feliz com a morte do capitão de sua esquadra (pois viria a ser o novo capitão) decide ajuda-los.

Ele os leva até lá em uma carroça que comprara na Royal Jewel. Ele era um homem alto e robusto, um tanto gordinho. Tinha uma barba longa como um anão e seus cabelos batiam em seus ombros. Fedia a bebida mas mostrava ser forte como um urso.
     Passando por uma ponte no Riacho dos Elementais, eles chegam na aldeia e param a carroça em algum lugar. Deixando Genesis encarregado de protege-la, já que Ronny já havia ficado antes. O homem gordo disse que iria lançar um sinal caso fosse necessário avisar suas tropas que estariam entre as florestas que rodeavam a aldeia. Sabendo disso o acompanharam até o centro da cidade. Menos Gimb, que já havia saído na frente para procurar por algo estranho naquele lugar escuro.
     Graças a chuva que havia começado o lugar parecia mais sombrio do que aparentava mesmo durante o dia. Foram caminhando até que encontraram Gimb, mais afrente foram parados por um homem que - diferente de todas as outras pessoas que pareciam ser pobres e estavam jogadas nas ruas - estava usando roupas nobres e coloridas. Tinha a pele bem pálida e os olhos completamente negros, seus cabelos eram curtos e negros como o luto, pareciam estar molhados e estavam jogados para trás.
     Com um sotaque estranho e uma voz irritante, este estranho homem disse que havia um festival na aldeia e que ele estaria ocupado. Disse que teriam liberdade para andar por ai. Embora o mercenário gordo sempre ficasse insistindo quanto a armamentos e soldados, ele sempre disse que aquela era uma aldeia pacífica e sem guerras. Não era algo acreditável, do ponto de vista do mercenário e dos outros. Pois isso, vendo que através de uma conversa com aquele homem nada seria feito, Gimb os deixou falando com ele e atrás de mais pistas para ter certeza sobre a pacificidade da aldeia.

Os outros, assim que deixaram o homem de lado, se separaram. Gimb para fora por um lado, o mercenário para outro e o pessoal restante começara a vasculhar pelo centro da cidade. Quanto a Genesis, ele ficara encarregado de cuidar do cão de Gimb, Sansão. Este cão Gimb havia pego na taverna de "Royal Jewel" com a taverneira gentil que o deixou leva-lo por ai. Com a promessa de que o alimentaria e cuidaria dele, sempre o trazendo para ver se estava bem.
     Gimb encontrara um lugar estranho da vila onde colocou seus olhos em uma pilha de corpos mortos e estranhos. Chegou mais perto para ver por que eles parecia, estranhos. Ao tocar neles alguns caíram uns sob outros, mostrando o motivo de estarem com uma aparência estranha. Seus ossos haviam sido removidos. Gimb quase vomitou naquele momento. Até que uma mulher chamou sua atenção.
"Ossos para N'emira!"
     Não que ela o tivesse chamado, mas ouviu uns múrmuros vindo do outro lado da pilha. Escorada contra a parede de uma casa de palha, sentada no chão, encontrava-se uma mulher de londos cabelos castanhos e uma pele muito clara. O halfling se  aproximara para ver o que ela estava dizendo, e se assustou quando viu que ela parecia estar em um transe. Ficava repetindo sempre a mesma frase, e sempre no mesmo tom de voz:
   - Ossos para N'emirah... Ossos para N'mirah...
   - Cale a boca! - gritou Gimb assustado. Deu um golpe na mulher, mas ela não parava.
     Ela se levantou e pegou uma adaga, Gimb se abaixa e coloca seus braços na frente para se proteger. Mas nada acontece. Quando se levantou viu que ela passou por ele e estava escalando a pilha de corpos agora. Assim que chegou no topo continuou dizendo "ossos para N'mirah" então cortava-se e arrancava seus ossos do braço esquerdo.
     Horrorizado, Gimb grita por ajuda. Seus companheiros, de todos os lados da vila, se juntam e o encontram em questão de minutos. Todos pararam na frente da pilha de corpos onde a garota tirava sua vida lentamente. Genesis subiu até lá e deu um forte golpe na cabeça dela, fora tão forte que ela não levantara e permanecera como parte da pilha. Perguntaram de longe se Gimb estava bem, ele apenas disse:
   - Ossos...  ossos para N'mirah! Ah! - estava com medo até mesmo agora.
     E como se não bastasse, um par de mãos pálidas e gélidas surgiram de trás dele, de um beco que estava próximo. E uma voz soou para ele:
   - Calma pequenino... Não há por que temer... - disse aquela voz com um sotaque estranho.
     O susto que levara fora tão forte que naquele momento acabou por utilizar sua habilidade de teleporte para fugir dali. Para onde? Para qualquer lugar que não fosse entre aquelas mãos! Quando veio a aparecer novamente estava dentro de uma sala escura com cortinas por todos os lados tampando as paredes.
   - O que fez com nosso amigo? - questionou Genesis com um pouco d fúria.
   - Ora, parece que seu amigo tem uma habilidade de teleporte muito peculiar...
   - Argh! E você parece ter bons olhos para perceber isso... - percebeu Krusk.
     Fora neste momento que perceberam que aquele homem, o mesmo que os recebera na entrada da aldeia, não possuia pálpebras. Seus olhos totalmente negros permaneciam sempre abertos. Era impossível dizer para onde ele estava olhando com aqueles olhos, era como olhar em um espelho negro.
     Ronny, dando a mínima para um homem estranho e sem pálpebras, foi procurar Gimb na aldeia. Enquanto isso, Krusk e Genesis ficaram interrogando e lançando tentativas (falhas) de intimidar o homem. Ele não era comum, se é que era um homem. Ele parecia esconder alguma coisa. Mas o que poderia ser?  E por que ele sempre referia-se a si mesmo como "nós"?

   - Onde estou? - se perguntou Gimb ao perceber que havia se teleportado para um ugar escuro e horrendo.
     Virou para trás e percebeu que haviam várias pessoas nuas, homens e mulheres, jogados no chão de pernas e braços abertos. De tempo em tempo se levantavam e diziam:
   - Ossos... para... N'emirah...
     O pequenino ficou assustado, olhou para todos os lados, não parecia ter uma saída. Foi quando ele viu um homem de mantos brancos e vermelhos atrás de um altar, ele estava de certa forma regendo as pessoas que estavam encantadas com o transe de N'emira. Ele para e se aproxima.
     Não, não podia ser. Gimb não acreditava no que estava vendo, era impossível! Que tipo de mágica era aquela? Antes Gimb havia se teleportado quando o homem estranho havia aparecido, como poderia ser possível que ele estivesse ali em sua frente neste instante?
   - Ora, ora, meu pequenino amigo... Por que fugira de mim antes? Não quer conhecer N'emira?
   - Ah... Não!
   - Que pena, pois ela quer conhecer você! Ha ha ha ha - disse o homem estranho pegando um tipo de pedra de seus mantos.
     Parecia ser ônix, moldado de forma que ficasse com a aparência de um pequeno crânio. Ele levanta o amuleto e ele começa a brilhar com uma aura roxa. Mas antes que aquele efeito estranho pudesse atingir Gimb, ele se teleporta para outro lugar. Quando abre os olhos percebe que estava na frente da casa principal, o que seria o centro da vila. Ele então sai correndo dali e acaba esbarrando em Ronny. Ele explica tudo o que aconteceu e o que viu, mas Ronny não entende.
   - Você viu aquele homem? Mas como se ele estava falando com Genesis e... Venha, Gimb! Vamos voltar rápido!

Krusk e o Leão Vermelho ainda se viam na obrigação de continuar colocando pressão no homem. Havia vezes em que seu sotaqu desaparecia e seu tom de voz ficava mais grave. Era como se ele fosse "mais do que parecia ser" - como havia dito Tobias quando o encontraram.
     Sob muita pressão, ele diz que eles só poderão participar do ritual se...
   - ... deixarem eu tirar seus ossos!
   - O que?
   - Roowwaaa!
     Soltando um urro de dor ele ergue um tipo de crânio negro que brilha roxo. Krusk então dispara contra ela, mas não quebra, apenas uma rachadura é formada. Ele xinga ele por sua ousadia e então joga o crânio no chão, fazendo com que uma bomba de fumaça fosse formada. Eles começaram a andar para trás.
     Urros, gritos de dor, eles podiam ouvir barulhos de ossos quebrando e pele rasgando. Era aquele homem estranho. Quando a fumaça começou a subir para os céus ele colocaram seus olhos no que seria duas patas negras enormes. E quanto mais a fumaça subiam mais eles viam a criatura aterrorizante que estava em sua frente. Assim que a fumaça se esvaiu ele viram por completo no que o homem estranho havia se transformado - um morcego de 3m.
     A criatura levanta voo e lá nos céus ele cospe um tipo de fumaça verde que começa a tomar conta das ruas e estava vindo na direção deles. Löw, que até agora tinha ficado quieto durante o interrogatório, pega o seu escudo e corre na direção da fumaça. A criatura então se joga em outra área da cidade e, com uma explosão de um energia negra desaparece dos céus e da vista de todos.
     Krusk, que analisara a fumaça grita para Löw voltar, pois não havia como defender aquilo, já que era um gás venenoso. Então Löw volta e todos começam a correr para longe da fumaça. No caminho encontram Ronny e Gimb que não entendem nada, já que seus amigos simplesmente passaram correndo por eles. Os dois olham para frente novamente e veem a gigantesca fumaça verde se aproximando, tudo que podiam fazer era correr com seus amigos.
     Todos acabaram por passar Genesis que, com Sansão ainda nos braços, ouvira um choro vindo de dentro de uma cabana. "Os aldeões!" - pensou ele. Ele não podia deixa-los, pelo menos uma pessoa deveria ser salva. E com isso em mente entrou na cabana e fechou a porta. Encontrou uma mulher encapuzada aquecendo suas mãos em uma fogueira no meio da cabana. Colocou Sansão no chão e ele começou a latir.
     Quando Genesis colocou a mão no ombro dela, ela vira a face em lágrimas e diz que estava perdida e com medo. Ele fala do gás venenoso que estava se aproximando, e diz que precisavam fugir. De repente ela agarra o braço dele com força. Sua face começa a se moldar como se não tivesse... ossos. Por um instante sua face olha para baixo e quando o tremelique para e ela olha para cima ele vê a ultima pessoa que queria ver naquele momento:
   - Ora,ora, Sr. Genesis... Por que fugir? A morte não é linda? - era o homem estranho de antes! Aquele monstro.
   - Ah! Saia daqui! - Genesis corta-lhe a garganta com sua lâmina e começa a procurar um lugar para fugir.
     Mas quando vai abrir a porta encontrou outros três daquele homem. Não podia ser! Ele fecha a porta e a tranca. Buracos começam a aparecer nas paredes. Genesis olha por eles e vê olhos azuis, verdes, castanhos e até roxos - o que era comum em alguns lugares. Bastou que todos eles se tornassem negros e sem pálpebras para que ele pulasse para cima do teto, quebrando-o.
     Só que não pode ir, pois percebera que Sansão ficara lá. "Maldição"

   - Onde está Genesis? - perguntou Gimb.
   - Temos de esperar por ele! - pediu Albert, sabendo que ele ainda estava vivo.
   - Argh! Não temos tempo, aquela fumaça ai matar a todos. Temos que sair daqui! - gritou Krusk subindo na carroça junto aos outros.
     Ronny sobe e pega as rédeas. Eles começam a fugir, mas quando viram à esquerda em direção ao Rio dos Elementais, onde era o caminho para fora da vila, eles se deparam com uma tropa enorme de mercenários. Todos os soldados perguntam onde estava seu líder, pois haviam visto o sinal para aparecerem nos céus. O pessoal na carroça começa a gritar para fugirem ou morreriam.
     Logo começam a ouvir Genesis, e ao olhar para trás viram que ele estava com Sansão nos braços. Gimb então pediu para todos para buscarem ele.
   - O que?! Virar a carroça em direção da fumaça?! - disse Krusk - Ele é o "Leão Vermelho", deixe que ele nos alcance.

Conforme Genesis se aproximava das tropas, que agora corriam contra a fumaça também, ele começou a ouvir os gritos do mercenário gordo. Ele para e olha para trás e vê ele ferido correndo em direção deles estava sem um braço. Mas ainda esta vivo!
     Foi correndo até ele, mas quando chegou mais perto viu que o homem estranho estava parado no alto de uma casa e disparou um feitiço nas costas dele. Lentamente ele começou a parar de correr. Sua pele começou a tornar-se dura. Não sentia mais seu estomago, seus pés ou até mesmo sua face. Quando olhou para baixo viu seus pés presos ao chão. Quando Genesis chegou té ele, ele havia se tornado uma árvore. O Leão Vermelho soltou um gritinho baixinho e correu contra ele, em direção da carroça e das tropas.

A corrida durou horas, mas quando passaram pela ponte do Rio dos Elementais, a fumaça se dissipou. Quando os soldados e nossos heróis perceberam isto eles gritaram em fúria e voltaram para a aldeia, todos com suas armas em mãos.
     Correram como se tivessem asas, a vontade de fazer aquele ser estranho pagar pela morte de todos era imensa. Assim que chegaram se viram no centro de uma aldeia vazia. Os exércitos estavam todos em volta da carroça, e nossos heróis, no meio. De repente um homem grita que viu aquele maldito dentro de uma casa, todos olham para um lado.
     Só que no mesmo instante outro diz haver ter visto ele caminhando entre as casa. Um soldado do outro lado então diz a mesma coisa. Nossos heróis perceberam que nenhum destes era o verdadeiro ele, e para isso eles teriam de matar todos até achar o verdadeiro. Então Albert dá a ideia de dar a ordem de formarem um circulo ao redor da carroça aos mercenários ali. Genesis faz isso, e todos o obedecem.
     Os "homens estranhos" então aparecem, eram vinte ao total. Logo se tornaram vinte e um quando mais um aparece saindo do centro da cidade. Era aquele que estava usando mantos e tentara matar Gimb antes. Eles começaram a tirar ossos de seus mantos e formar um circulo ao redor dos exércitos. Mas então Ronny grita para todos eles atacarem os ossos e não deixar que formassem um circulo.
     Ao fazerem isso, eles aproveitam o tempo para pensar em uma estratégia. Então eles ordenam que cada um atacasse cada homem estranho que vissem. Durante este ataque eles saíram da carroça fazendo uma formação de cruz, e correm até a casa maior, que era o centro da aldeia. Quando entraram eles viram o cenário que Gimb havia descrito para eles: cortinas negras, pessoas nuas no chão falando aquela frase que lhe dava medo e um altar no centro.
     Mexando no altar, Krusk acaba pegando um tipo de crânio negro que encontrara para si e guardara rapidamente em sua mochila. Enquanto isso, eles estavam procurando algo que haviam ouvido o homem estranho dizer antes de se tornar um morcego gigante:
   - "N'emira ressurgirá! Seu ovo chocará assim que eu tiver ossos suficientes!"
     Tendo isso como objetivo começam a procurar o "Ovo de N'mira". Depois de tanto vasculhar eles encontram um mecanismo que ergue uma pequena estatueta de uma mão esquelética segurando um pequenino ovo negro. Do tamanho de um ovo de galinha. Gimb não pensa duas vezes e quebra aquele ovo com um dos candelabros no altar.
     Assim que o faz as pessoas saem do transe não se levantam mais, nem se mechem. Vários gritos são ouvidos ao mesmo tempo, e então silêncio. A porta do templo/casa abre, era o homem estranho com mantos. Ele parecia furioso.
     Quando Gimb levanta o candelabro ele vê uma pequena pata entre as cascas se mexendo e então ela para.
   - Minha Deusa! Vocês mataram minha Deusa! Vão pagar por isso seus desgraçados! - o homem estranho, agora sem uma fumaça para esconder sua transformação, volta para a forma de morcego gigante destruindo o teto do lugar e erguendo-se até os céus. De lá ele lança loucamente várias esferas de fogo sem parar. Era alto de mais para ataca-lo. E começam então a tentar desviar delas enquanto procuravam por mais um mecanismo. Felizmente, eles acham.
     Uma porta se abre a baixo de seus pés e eles caiem para baixo. Era uma pequena sala de pedras acinzentadas com um sarcófago no centro. Genesis abre, e um tipo de múmia cai para fora. A criatura já estava acima deles tentando destruir o teto para entrar e matar a todos eles. Mas Genesis é mas rápido e crava sua espada na cabeça na múmia.
     As batidas param, e um grito é ouvido. O homem cai dentro do buraco onde haviam entrado. Já não era mais o morcego, e seus olhos se revelaram ser vermelhos. Era ele, ele era o Druida de Olhos Vermelhos que havia dominado a aldeia dos exilados. Bastou que Gimb o acertasse com uma pedra que adentrara em sua cabeça, e com um lágrima nos olhos, ele morre.

Começaram a dar uma olhada ao redor do lugar. Ronny achara umas coisas no corpo do homem, mas o que mais o chamou a atenção foi um amuleto vermelho em formato de olho com os seguintes dizeres:
"Para o único entre nós que nascera com olhos vermelhos"
     Genesis começara a vasculhar o sarcófago e encontrou apenas dois pergaminhos enrolados. Um lacrado com um selo que nunca havia visto e o outro só tinha uma corda ao redor. Abriu o do selo primeiro:
"Parabéns! Se você esta lendo isto é por que conseguiu fazer os olhos vermelhos jamais verem a luz do sol novamente. Parabéns! Mas saiba que assim que eu tomar conhecimento desta morte, outras vilas irão ceder ao poder do Clã dos Druidas Vermelhos do Leste. Aproveita a vitória, aventureiro. 
Lord Tepes"
     Então decidiu abrir o outro, eram dois pergaminhos. Um escrito "Primeiro Dia" e o outro, respectivamente, "Segundo Dia".
     Ele percebeu que ambos era pergaminhos diário. Como se alguém estivesse escrevendo cada passo tomado. O primeiro falava de ansiedade para cuidar de uma aldeia. De como a pessoa que teria escrito aquilo queria tirar as pessoas pobres de Lhibann e lhes dar um segundo lar para jamais caírem em tristeza novamente. Ao terminar de ler o primeiro, Genesis percebera o que havia feito, e foi ler o segundo. Era o diário do mesmo homem. Agora falava de que seus primeiros passos em seu sonho estavam feitos. Disse que com tempo as boas ações de seu clã iriam trazer a justiça que o reino de Lhibann estava faltando para com a ala pobre. No fim deste segundo pergaminho ele disse estar ansioso pela visita de seu mestre, Lord Teppes, que iria lhe dar um presente em um banquete. Nisto o pergaminho termina.
     O Leão Vemelho reflete um pouco e diz:
   - Ele era um bom homem...
   - O que? - disse Gimb, pegando uma estatueta de morcego em um canto da sala.
   - Ele só queria trazer honra para seu clã e paz para essa aldeia... - falou Genesis com um ar de tristeza. - Mas algo o corrompeu. Pelo menos está em paz agora... - disse isso pegando os dois corpos. O do sarcófago e o do homem que Gimb havia matado.

Foram para o andar de cima onde Ronny encontra uma alavanca com um selo desenhado, ao mover a alavanca ele viu que um mecanismo movera-se por toda a terra e o selo se partira. Neste instante todos eles viram a maior ilusão que viram na vida ser desfeita. A aldeia dos exilados, nunca havia existido. 
     Ronny olhou para trás e viu que Genesis estava queimando os dois corpos que pertenciam a mesma pessoa. Krusk chama a atenção de todos, pois havia visto uma carruagem lá atrás, onde estaria uma grande casa antes. Assim que se aproximaram da carruagem, Krusk aproveitou o momento para entrar na floresta e admirar o crânio que havia conseguido. Era como se aquilo chamasse por ele, era lindo, era perfeito, era dele e de mais ninguém.
     Do outro lado eles encontraram a carruagem e, ao abrirem, viram um monte de moedas caindo no chão. Lá dentro havia mais pilhas e pilhas de moedas entre baús e sacos. Então subiram naquela carruagem e, com a volta de Krusk da floresta, eles pegaram ele e decidiram voltar. 
     O som que haviam ouvido antes, de várias vozes gritando, eram do exército inteiro que havia sido morto por aquele homem. Na volta para casa eles tiveram que passar por todos os corpos se vida daqueles homens. Uns sentiam apenas raiva daquele homem, mas outros naquela carruagem sentiam pena.

Durante a viajem encontraram um grupo de goblins ao que tentaram assalta-los, bastou que matasse um e que Krusk os intimidasse. Deu algumas moedas e eles foram. Assim podendo continuar seu caminho. Era tarde já e a chuva já havia parado. Passaram pelas alas da cidade e deixaram a carruagem com um dos soldados na porta. 
     Entraram no palácio sendo acompanhados pelos guardas que ficaram pasmos ao ver o amuleto do famoso druida de olhos vermelhos no pescoço de Ronny. Todos foram seguindo eles com bastante animação. Quando contaram a notícia ao rei ele ficara muito alegre e lhes pagou o que havia prometido. O dinheiro, os pergaminhos e a estatueta de platina. Durante seu discurso de gratidão mencionou alguns problemas com piratas já que, durante o caminho para a cidade, eles haviam visto soldados de Lhibann indo para as docas e perguntado para o rei o motivo disto. Disse ele que não era nada com que deveriam se preocupar agora, disse apenas que queria vê-los mais tarde para discutir sobre algumas coisas.
     Todos fizeram que sim e, com suas recompensas em mãos, voltaram para a Royal Jewel para gastar seu dinheiro e descansar para mais tarde. Seja lá o que o rei queria, deveria ser importante a ponto de receberem ainda mais. Alguns pensaram assim, outros queria apenas descansar e não pensar em nada. Tiraram um cochilo e cuidaram de seus ferimentos.

"O que será que o rei quer conosco hoje à noite?" - pensaram.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

- Horull, O Berserk Vermelho (Malditos Piratas - 24/08 - prévia) -

     A trinta anos atrás, no continente de Fheria, havia uma vila chamada Eagleclaw. Uma aldeia pacata e simples que vivia nas florestas de Tûin, perto da grande cidade de Fheria. Viviam da floresta colhendo o que pudiam, caçando o que os atacava e plantando as sementes que compravam na cidade. Foi assim até um dia de eclipse lunar. Estavam todos da aldeia fora de suas casas, a maioria fora do trabalho, para admirar o eclipse antes que acabasse. Ninguém esperava que naquele momento a aldeia seria atacada.
     Vindo das montanhas de Kriegskull, lar de orcs e outras terríveis criaturas, uma tropa muito bem armada que passava por ali em direção à Fheria decidiu parar e descansar na vila. Sendo liderados por Rôkun, um dos três capitães das tropas negras de Kriegskull. Por mais que pudessem achar armas para enfrenta-los, seria impossível. Eram muitos, e o eclipse lunar lhes fora muito conveniente para fazer um ataque surpresa que teria matado a maioria das pessoas.
     Foi um massacre. Ninguém foi poupado, e os que fugiram foram pegos como prisioneiros para dar diversão aos soldados. Os homens foram colocados em estacas feitas com os pedaços das casas que foram destruídas. Cravavam a estaca em uma fogueira, e então largavam os homens em estacas assim. Para que assim que morresse, já estivesse em um espeto para ser dividido entre os soldados. As mulheres não tiveram chances, foram jogadas dentro de suas casas para divertir os soldados. Sendo forçadas a serem suas escravas sexuais e bichos de estimação, agindo como animais. As crianças, idosos e guerreiros foram todos decapitados e jogados no lago que ficava no centro da aldeia.
     No dia seguinte, as tropas mataram a todas as mulheres e prisioneiros que restaram e continuaram sua marcha para a cidade de Fheria. Lá ocorrera uma das várias batalhas matinais que Fheria sempre sofreu por viver ao lado de tais criaturas. Mas jamais cedeu. Apenas os vilarejos e aldeias ao redor da cidade que não tiveram a mesma resistência é que vieram a sofrer com tais monstros.

Neste amanhecer do dia seguinte, duas escravas que haviam sido esquecidas em um porão, conseguiram escapar e fugir para a aldeia vizinha. Lá receberam tratamentos e começaram do zero. Bem, pelo menos uma delas começou do zero. Pois a outra, após seis meses, já sabia que não estaria sozinha neste mundo. Como havia sido estrupada pelos soldados orcs que destruíram sua aldeia, temeu que estivesse grávida de um deles.
     Várias vezes pensara em se matar, mas não teve coragem. Quando a criança nasceu, seus medos vieram acompanhados da criança. Sim, era um pequeno monstro. O que fazer com ele? Para onde deveria ir agora? Sua dúvida fora tanta que não fez nada. Ficou em Bonebriedge, escondida em sua casa, cuidando daquilo que com o tempo a chamaria de mãe.
     Dez anos se passaram. Ela já estava cansada de cuidar em segredo da criatura. Foi quando, em um surto de coragem e medo, tomou uma adaga em suas mãos e tirou sua vida. A criança ao acordar viu o corpo sem vida e gritou por ajuda. Assim que os vizinhos entraram e viram um pequeno monstro e uma mulher morta, obviamente não pensaram em sequer perguntar o que havia acontecido e tentaram matar a criança.
     Ela passou pelos dois grandes homens, correu pela porta e foi em direção da floresta. Correndo sem olhar para trás, sempre seguindo leste - mas não tendo consciência disso. Não tendo consciência que iria para o ultimo lugar que alguém consciente iria, Kriegskull.

Lá ele fora recebido com desgosto e ódio. Não passava de um mestiço, uma aberração. Mas pelo menos ali ele tinha abrigo e comida. Mais dez anos se passaram, e com seu grande porte físico o garoto tornara-se um grande espadachim das tropas de Kriegskull. Muitos o temiam, por ser mais alto e forte que um orc comum. Outros apenas o odiavam por ser um mestiço e ainda ser visto como um orc de respeito pelos superiores.
     Precisou de cinco anos para se tornar um capitão. Ganhou uma tropa, um nome e um título. Com isso ele marchou por várias partes de Fheria. Sempre interessado pela engenharia de guerra: catapultas, armas de certo, rifles. Mas nunca quis aprender a contruí-las ou utilizar armas a distancia, o que ele queria mesmo era cortar a carne do inimigo e sentir o calor do elixir vermelho sendo espirrado em sua face.
Horull, O Berserk Vermelho
     Com o tempo ele mostrou aos outros capitães que destruir uma cidade poderia ser bom, por uma noite. Mas toma-las para si e força-los a pagar altos impostos poderia ser ainda melhor. Até mesmo por que teriam um estoque sem fim de mulheres e escravos que estariam sempre a se reproduzir em suas vilas. Graças a sua linha de pensamento ele começou a buscar goblins com conhecimento da engenharia para construir suas próprias armas. Mas não para si, e sim para seu batalhão.
     Só que a ideia de uma arma para si era muito interessante. E, por mais cinco anos investiu o ouro que conseguia na fabricação de uma espada para si. E hoje, graças ao efeito que ela causa, ele recebera um título que é conhecido por todas as ilhas vizinhas de Fheria. A arma que lhe fora feita reluzia de forma incomum, graças a fusão de mithril e prata. Porém, com o tempo de matanças que passou com a arma, ela começou a reluzir vermelho. Seus soldados, ao verem isso, lhe chamaram de O Berserk Vermelho. Este nome superou seu título de capitão, que era o Furioso.
     Hoje, A "Red Habinger" - como a espada ficou conhecida - é a arma de um meio-orc cujo nome fora escolhido pelos mesmos monstros que destruíram sua aldeia. E que agora a impunha em prol destes mesmos monstros para alcançar seus objetivos. Quais serão eles?